E se quando fosse ao médico recebesse uma prescrição de frutas e legumes em vez dos habituais medicamentos? Nos Estados Unidos da América, uma organização não-governamental está a levar a cabo uma experiência piloto que pretende fazer isso mesmo e os resultados estão a ser satisfatórios, não só na prevenção e na redução de doenças, mas também na promoção de uma alimentação mais saudável.
Falamos da Wholesome Wave, que colocou em marcha a iniciativa FVRx (Fruit and Vegetables Rx) que, em conjunto com a Target, um dos maiores concorrentes da Walmart, e o Eisner Pediatric and Family Medical Center de Los Angeles, quer levar mais saúde na forma de frutas e legumes aos pacientes norte-americanos.
Convenhamos, a população norte-americana, uma das mais obesas do mundo, é talvez também aquela mais bombardeada com informações acerca de alimentação saudável e da importância de optar por produtos naturais em detrimento dos processados. Mas de acordo com os responsáveis por este projeto, o simples facto de ter um médico ou outro especialista de saúde a prescrever estes alimentos numa receita médica parece estar a mudar a mentalidade dos norte-americanos.
A somar-se a tudo isto, a parceria com a Target, que se traduz na disponibilização de vouchers de descontos para que os consumidores possam comprar frutas e legumes a preços mais baratos, está a ajudar a levar a iniciativa mais longe.
De acordo com a Modern Farmer, nos EUA, “as pessoas com recursos financeiros limitados tendem a gastar o seu orçamento de alimentação nas calorias o mais baratas possível. Mas infelizmente, as calorias mais baratas provêm muito frequentemente de comidas altamente processadas que são pobres em nutrientes e ‘ricas’ em açúcar, têm gorduras pouco saudáveis, conservantes e outras substâncias para as quais o organismo humano não está preparado.”
Julia Pon, uma das responsáveis por este programa, explica também à publicação que o sucesso do programa, que em breve deverá ser lançado a nível nacional nos EUA, está precisamente na prescrição médica, já que se trata de uma ordem e não de um aconselhamento.
“Os profissionais de saúde dizem-nos que estão sempre a recomendar mudanças na dieta dos seus pacientes, no entanto é exasperante aconselhar pessoas com crianças pré-diabéticas sobre comer mais frutas e legumes e depois voltar a vê-las seis meses mais tarde e nada ter mudado”, refere a responsável.
Assim, em vez da prescrição de medicamentos são prescritos cenouras, pepinos ou feijão-verde e o paciente, que tem também acesso a vouchers de desconto, cumpre a ordem médica.
Prescrição de frutas e legumes: americanos querem curar doenças com hortofrutícolas